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27 de junho — São Ladislau, Rei da Hungria
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Extraído de uma edição de 1928 do livro “Na Luz Perpétua — Leituras religiosas da Vida dos Santos de Deus, para todos os dias do ano, apresentadas ao povo cristão” 1
Filho do rei Bela I da Hungria e neto de Santo Estêvão, nasceu Ladislau na Polônia pelo ano de 1031. Sua mãe educou-o cristãmente. Mansidão, modéstia, prudência e caridade são as virtudes que caracterizam sua vida. A Hungria, agitada constantemente por dissenções políticas, viu no decurso de pouco tempo seis reis subir e descer o trono de Santo Estêvão. O povo, afinal, cansado destas lutas infrutíferas e fratricidas, manifestou seu desejo de ver no trono um homem enérgico e piedoso e ofereceu a coroa a São Ladislau. Este, desta vez, achou motivos que o determinassem a não aceitar a dignidade oferecida. No ano de 1080, cedeu ao pedido novamente apresentado, e tomou a si o governo do país. Graças à sua energia prudente, conseguiu implantar no povo o amor à ordem e disciplina. Elevado à dignidade mais alta de sua nação, São Ladislau conservou intacta a pureza de coração e sua vida de rei era exemplaríssima. Nunca desmentiu a educação cristã que sua mãe lhe dera. Amigo e protetor dos pobres, levava ele mesmo uma vida pobre segundo o espírito do Evangelho. A ambição e a avareza, vícios estes que guardam geralmente as portas dos grandes desta terra, nunca conseguiram lançar raízes em seu coração.
Sua mesa era simples e frugal e Ladislau se abstinha completamente do vinho. Inimigo da ociosidade, dedicava seu tempo aos negócios do estado e às práticas de piedade, procurando em tudo cumprir seu dever e a glória de Deus. Para seus súbditos, era um verdadeiro pai, que julgava suas causas com justiça e caridade. Condescendente e leal para com seus inimigos, era intransigente, quando se tratava dos direitos do seu país ou da igreja. A Hungria era por muito tempo vítima das invasões dos Tártaros. Ladislau sustentou longa luta com eles, e conseguiu que deixassem seu país em paz. Também aos Russos se impôs com a força das armas e o vigor da justiça. Não tão fácil era conter os Polacos. Caro lhes custou uma invasão que fizeram em terras de Ladislau, que não só os expulsou, mas os perseguiu até Cracóvia, tomando-lhes a cidade. Feita a paz, Cracóvia foi restituída aos Poloneses. Restabelecida a ordem e tranquilidade tanto no interior como no exterior, Ladislau erigiu um templo à Santíssima Virgem em Grosswardein. Rejeitou um convite à coroa do império alemão. Quando, porém, se preparava para uma cruzada contra os Sarracenos, caiu gravemente doente. Prevendo seu fim, fez as suas determinações sobre a sucessão no trono, repartiu seus bens entre igrejas e mosteiros e preparou-se para uma santa morte. Morreu em 1095. Seu corpo foi depositado na igreja de Grosswardein onde Deus o glorificou por inúmeros milagres. Ladislau foi canonizado por Celestino III, no ano de 1198.
Reflexões
Culpável é a ignorância dos deveres de estado. Ociosidade é a ocupação que procuramos com mil coisas, quando deixamos os nossos deveres à mais completa incúria. É farisaísmo querer passar horas na Igreja, quando os nossos deveres reclamam a nossa presença em casa ou em outro lugar. Farisaísmo é praticar penitências exageradas à custa da saúde que é necessária para o cumprimento do dever. Vontade de Deus é que cada um cumpra o seu dever com toda a pontualidade no estado que a Divina Providência lhe destinou.
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- PDF desse livro disponível em: https://archive.org/details/pe-joao-baptista-lehmann-na-luz-perpetua-vol-i_202312 ↩