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29 de maio — São Maximino, Bispo e Confessor
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Extraído de uma edição de 1928 do livro “Na Luz Perpétua — Leituras religiosas da Vida dos Santos de Deus, para todos os dias do ano, apresentadas ao povo cristão” 1
São Maximino é uma daquelas figuras imponentes de pastores de almas, que Deus costuma enviar à sua Santa Igreja nos tempos agitados pelas heresias ou pelas perseguições. Poitiers é a terra de São Maximino, onde nasceu de família distintíssima. Seu primo era São Maxêncio, antecessor de Santo Hilário na sede episcopal daquela cidade.
Moço ainda, confiou-se à sábia direção de Santo Agrício, Bispo de Tréveris, que gozava de grande fama por causa das suas extraordinárias virtudes. Deste mesmo Santo Bispo, o jovem Maximino recebeu as Ordens Menores e o preparo intelectual e moral, necessário para sua futura missão de sacerdote e bispo. Em 332, vemos Maximino elevado ao sólio episcopal de Tréveris.
Foi na qualidade de Antístite que quatro anos depois teve a satisfação de receber e hospedar em sua casa o grande Atanásio, o qual, perseguido pela fúria da heresia e do seu imperial fautor, viu-se obrigado a procurar um abrigo no estrangeiro. Santo Atanásio, o heroico defensor da doutrina de Cristo, que pelo espaço de dois anos experimentou a fidalguia hospitaleira do seu companheiro episcopal, em seus escritos tece grandes elogios a Maximino, à sua vigilância, à sua perseverança, à vida exemplar e às suas grandes virtudes.
Além de Atanásio, o paço episcopal de Tréveris no tempo de Maximino, hospedou ainda São Paulo, Bispo de Constantinopla, exilado e perseguido pelo imperador Constâncio.
O maior perigo ameaçava a Igreja Católica da parte do Arianismo, seita perniciosíssima, que alcançou uma divulgação como nenhuma heresia antes e depois. Para preservar sua diocese desta peste, São Maximino envidou todos os seus esforços. São Jerônimo, que enumera os bispos mais zelosos e mais enérgicos, os que mais se distinguiram na luta contra o Arianismo, menciona São Maximino em segundo lugar, logo após Santo Atanásio. De fato: São Maximino, pela sua virtude, sua inteligência, seu zelo ardente, sua eloquência arrebatadora e sua coragem inquebrantável, tem sido um instrumento eleito na mão de Deus para combater a heresia e evitar que ela tomasse pé na sua diocese. Foi devido à sua atividade e influência, que Constante, irmão do imperador e ariano Constâncio, não se deixou prender nas malhas da heresia. São Maximino revelou-se um dos mais decididos defensores do Símbolo de Niceia no Concílio que, em 347, se celebrou em Sárdica. Coube-lhe a honra de ver seu nome, ao lado do de Santo Atanásio, figurar na lista dos bispos católicos excomungados pelos Arianos reunidos em Filipópolis.
São Maximino morreu em 349 em Poitiers onde se achava em visita à sua família. Enterrado na sua terra natal, suas relíquias pouco tempo depois foram transladadas para Tréveris.
Reflexões
O grande amor, que São Maximino tinha a seu próximo, achou já durante sua vida uma grande recompensa pela honra, que teve de hospedar em sua casa dois bispos exilados e perseguidos pelos inimigos de Cristo. Compadecendo-se assim dos injustamente perseguidos, teve São Maximino certamente jus ao elogio de seu divino Mestre, que diz: “Quem receber a um de vós, a mim ele recebe.” (Mateus 25, 40). Grande glória de certo o esperou no céu por causa desta caridade. A caridade é a virtude por excelência que o cristão deve exercitar. Constantemente chegam aos nossos ouvidos os brados angustiosos dos missionários que trabalham entre os pagãos, destituídos às vezes de todo conforto, na maior pobreza. Não merece atenção nenhuma seu humilde pedido dirigido a seus irmãos em Cristo? Quanto bem os missionários podiam fazer na propagação do reino de Cristo, se os católicos soubessem avaliar melhor a esmola aplicada às missões católicas! Quantas almas se perdem, quanto trabalho é frustrado, só porque os católicos se esquecem dos missionários! A obra do missionário é a obra de Cristo. Dar auxílio ao missionário é auxiliar a obra de Deus. Quem presta auxílio ao missionário, obriga a Deus. Eis uma questão digna de toda consideração. Dos pobres, os mais pobres, os mais necessitados são os missionários. Que pretendes fazer em seu benefício? Não lhes negue o teu adjutório, e Deus te dará larga recompensa. Dá todo o teu interesse às missões católicas e lembra-te sempre do conselho do velho Tobias, que disse: “Se tens muito, dá muito; se são pequenos teus recursos, dá o pouco de boa vontade”.
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- PDF desse livro disponível em: https://archive.org/details/pe-joao-baptista-lehmann-na-luz-perpetua-vol-i_202312 ↩